App espião: O uso de spywares (“espionagem”) e stalkwares (“estalkear”), aplicativos voltados para parceiros rastrearem informações no celular, teve um aumento de 51% entre março e junho, em relação aos dois primeiros meses do ano. Os dados são do Laboratório de Ameaças da Avast.
O malware também pode ser utilizado por criminosos com o objetivo de roubar dados bancários e credenciais, porém, de acordo com a empresa de segurança, os stalkerwares geralmente são instalados sem consentimento da vítima por namorados, parceiros e ex-parceiros ciumentos para vigiar uma vítima.
Segundo a diretora de projetos da Safety Net, Erica Olsen, o uso de um app espião é uma forma de agressores exercerem controle sobre vítimas que não conseguiram sair de casa devido às medidas de prevenção contra a Covid-19.
Olsen ainda denuncia que essas ferramentas são utilizadas pelos agressores para praticar assédio, monitoramento, perseguição e abuso. Vale destacar que o uso de spywares e stalkerwares para monitorar parceiros é crime previsto no art.154-A do Código Penal.
Iniciativas de proteção
Com o objetivo de auxiliar as vítimas de violência doméstica durante o período do isolamento social, a Avon, em parceria com a Uber e a Wieden+Kennedy, criou o programa “Você Não Está Sozinha”. A iniciativa conta com um bot (robô) para WhatsApp. Ele auxilia vítimas de violência doméstica a partir de uma conversa simulada no mensageiro, para não gerar suspeitas no agressor. Além disso, a função disponibiliza corrida de graça para que a vítima vá a um hospital ou a uma delegacia procurar ajuda contra um app espião.
A Magazine Luiza também oferece ajuda para vítimas de um app espião realizarem denúncia por meio do aplicativo da loja online. O app possui um botão no menu lateral para denunciar violência contra mulher. A função permite que a pessoa ligue para o 180, número de apoio para a violência doméstica, de maneira rápida e discreta.
Os profissionais jurídicos precisam acompanhar as mudanças
A sociedade atual é pautada pela Era Digital, com mudanças drásticas em todos os elementos da sociedade (inclusive do comportamento e práticas de trabalho). Neste contexto, os profissionais jurídicos precisam implementar a Transformação Digital Jurídica em suas práticas, para continuarem relevantes nos tempos atuais.
Além disso, é importante entender os indícios de uma invasão ou espionagem no celular, bem como de que forma isso pode ser corrigido, tanto para si próprio, quanto para clientes, parceiros e familiares.
Saiba se está sendo vítima e como se proteger de um app espião
Alguns fatores podem indicar que o seu celular sob ataques de malwares ou espionagem. Alto consumos de dados, bateria descarregando rapidamente, superaquecimento do smartphone, anúncios pop-up sendo exibidos na tela e ruídos de fundo quando estiver realizando ligações são possíveis evidências de rastreamento por app espião.
Para se proteger de ataques oriundos de aplicativos espiões é importante manter um antivírus instalado e atualizado no celular. A ação pode evitar que o smartphone seja infectado e permitir que o usuário remova aplicativos potencialmente contaminados. Além disso, evite clicar em links que oferecem produtos, promoções e descontos excessivos — eles podem ser uma isca para atrair vítimas a endereços eletrônicos maliciosos.
Criar uma senha para a tela de bloqueio parece uma solução muito simples, mas pode livrar o usuário de um malware. Como os ataques de stalkerwares costumam vir de pessoas próximas, a ação pode dificultar o acesso físico ao celular por terceiros que busquem instalar um aplicativo do tipo.
1. Alto consumo de dados móveis
O aumento no uso de dados móveis é um forte indicativo de que o celular pode estar sendo rastreado. Isso porque aplicativos espiões usam a Internet para enviar informações sobre a vítima ao hacker, fazendo com que a cota de consumo de dados seja ultrapassada. Caso desconfie de invasões ao aparelho, acesse as configurações e busque por “dados móveis” para conferir uma lista ordenada com os apps que mais consomem dados. Picos repentinos no gráfico podem indicar atividades de espionagem e rastreamento.
2. Queda drástica da bateria
Embora não seja um fator determinante, o rápido consumo da bateria pode ser um indício de que o telefone foi hackeado. Se o usuário passa horas no YouTube ou mantém o brilho da tela no nível máximo, por exemplo, a queda acentuada da carga certamente está relacionada ao modo de uso do celular. É possível verificar o que está consumindo a energia do aparelho acessando as configurações e pesquisando por “bateria”.
Por outro lado, se você estiver usando o celular como de costume, e a bateria acabar em poucas horas, é possível que o telefone esteja infectado. Ao executarem ações como download de apps maliciosos e comunicação com servidores de comando e controle em segundo plano, malwares e spywares contribuem para a redução drástica da vida útil da bateria.
3. Envio ou recebimento de mensagens desconhecidas
Celulares infectados com ransomwares, classe de malware que sequestra os dados da vítima e cobra quantias em bitcoin pelo resgate, são capazes de acessar a lista de contatos do usuário e enviar, sozinhos, mensagens por SMS ou Whatsapp. Em geral, os recados usam ofertas promocionais ou pornografia para levar novas vítimas a clicarem em links maliciosos.
Cobranças de despesas inesperadas são outro indício de que o aparelho foi infectado com vírus. Os agentes maliciosos enviam mensagens de texto para números de serviços premium, que tarifam a conta telefônica. É provável que os “recibos” dessas transações fraudulentas apareçam na relação de mensagens SMS recebidas.
4. Superaquecimento
Além de acarretar custo extra de dados e consumo da bateria, aplicativos espiões podem provocar o superaquecimento do aparelho. Em alguns momentos específicos, como quando abrimos jogos pesados ou há muitas atividades sendo executadas ao mesmo tempo, o processador do celular eleva a frequência de trabalho, o que pode causar aumento da temperatura. No entanto, se o telefone está mais quente que o normal em momentos de repouso, algo pode estar acontecendo.
5. Aplicativos suspeitos
Notou algum aplicativo que você não lembra de ter instalado no celular? Esse é mais um indício de que o aparelho está sendo espionado. Antes de tirar conclusões precipitadas, consulte o histórico de downloads da loja correspondente ao sistema operacional para conferir se o app foi ou não baixado — lembre-se que os aplicativos instalados com arquivos APK, no caso de celulares Android, não são registrados na lista da Google Play Store.
Em seguida, faça uma pesquisa sobre o app em questão e veja o que especialistas em tecnologia e outros usuários dizem sobre ele. Se continuar suspeitando da origem da aplicação ou confirmar seu caráter malicioso, é melhor apagá-la do smartphone. Vale ressaltar, no entanto, que o spyware pode ter se escondido em outros diretórios.
6. Publicidade saltando na tela
Anúncios pop-up são um dos indícios mais claros de que o aparelho foi contaminado por malwares. Alguns deles são capazes de gerar propagandas que “saltam” na tela durante o uso comum do celular e convidam o usuário a executar diferentes ações, que podem levar à contração de mais vírus. Às vezes, esses pop-ups maliciosos podem vir sob a forma de avisos do sistema.
7. Ruídos de fundo
Se você começar a notar ruídos de fundo, como beeps ou vozes, em ligações telefônicas, é provável que um terceiro esteja gravando a chamada. Barulhos durante a reprodução de áudios também são um sinal de que o telefone pode ter sido invadido. Neste último caso, é importante verificar se o aparelho apresenta algum defeito de hardware.
Como se proteger
Boa parte dos malwares espiões é contraída a partir de ataques de phishing (“pescaria” de informações). Promoções “boas demais para serem verdade”, e-mails falsos de instituições financeiras, mensagens SMS de prêmios e convites para instalar aplicativos são algumas das iscas mais usadas para atrair vítimas a endereços eletrônicos contaminados. Por mais que o remetente seja um amigo, nunca clique em links desconhecidos.
Outra recomendação importante é evitar baixar aplicativos de fontes externas, os chamados APKs. Não há como garantir a integridade de um app desenvolvido por terceiros: é possível que o software tenha sido modificado sem que o desenvolvedor saiba para interceptar dados e infectar o aparelho do usuário, já que o processo de distribuição da aplicação se dá por meio de lojas independentes, sem as mesmas garantias que o espaço oficial da Google Play Store oferece aos usuários de Android.
Para reforçar a proteção contra invasores, vale também instalar um antivírus no seu smartphone. Além disso, faça backups regulares dos seus arquivos, seja na nuvem ou em um dispositivo externo. Ainda assim, se o aparelho for infectado, será necessário formatá-lo e restaurar as condições de fábrica para remover por completo o spyware.
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