1. Sua Convicção deve Refletir em seus Gestos
Em primeiro lugar, ser um bom vendedor não é uma competência valiosa apenas para quem trabalha na área comercial, inclusive, ser um bom vendedor é fundamental para qualquer profissional jurídico e sua linguagem corporal, diz muito.
Deste modo, conseguir que os demais “comprem” as suas ideias é uma necessidade em qualquer setor de atuação, ou seja, no mundo do trabalho, o poder de convencimento depende de inúmeros fatores, como o seu nível hierárquico e a qualidade dos seus argumentos. Mas há uma variável de peso que costuma ser esquecida pela maioria das pessoas: a linguagem corporal.
A depender da posição dos seus braços, mãos, olhos e boca, por exemplo, os demais podem ficar mais ou menos propensos a aceitar o que você diz.
Portanto, não que as pessoas sejam manipuláveis por meia dúzia de gestos ensaiados e vazios. Você precisa acreditar nas suas palavras. Se não for assim, você inconscientemente vai refletir essa descrença no seu corpo, e não irá convencer ninguém de nada.
Então, se convicção não lhe falta, vale conhecer alguns códigos não-verbais que permeiam a comunicação — e se apropriar dos seus efeitos para ter sucesso na sua carreira jurídica.
2 – Cuide da articulação das palavras
Imagine um vendedor de loja que começa a conversar com você lentamente e, de repente, acelera o discurso. Além disso, ele fala baixo demais e não pronuncia todas as palavras com clareza. Você se interessaria pelo produto que ele está mostrando para você?
Entenda que forma também é conteúdo: um profissional dificilmente convencerá alguém de suas ideias se tiver uma má articulação ou uma cadência irregular na fala. O recomendável é manter o som estável, deixando o queixo cair levemente ao final de cada frase. Também vale fazer pausas curtas onde entraria a vírgula, e pausas mais longas onde viria o ponto final. Nos intervalos maiores, relaxe e respire antes de retomar a palavra.
3 – Sorria — sem exagerar
Não existe persuasão sem conquista. Por isso, o primeiro passo para convencer qualquer pessoa das suas ideias é se aproximar dela e garantir que você não representa uma ameaça. O sorriso é um instrumento poderoso nesse processo.
Funciona como um recado não-verbal de que você não tem nenhuma intenção agressiva na conversa. Sem oferecer essa garantia, você dificilmente vai conseguir ganhar a confiança do outro. A recomendação, porém, proíbe exageros. Se você mostrar os dentes por um tempo muito longo, ou sem motivo, pode parecer pouco sincero. A melhor opção é sorrir suavemente de tempos em tempos, sempre adaptando suas expressões faciais às do outro.
4 – Mostre a palma das mãos e faça o “gesto do abraço”
O apresentador Sílvio Santos é um mestre em dois truques clássicos de linguagem corporal para aumentar o poder de persuasão. O primeiro é mostrar a palma das mãos enquanto fala.
Esse gesto envia o recado primitivo de que você está desarmado, que não tem pedras ou armas na mão para agredir o outro. A outra posição típica de Sílvio é colar os cotovelos no corpo, na altura das costelas, como se abrisse os braços para “abraçar” o telespectador. A postura transmite sinceridade, credibilidade e segurança: é como se você pudesse acreditar sem medo no que ele está dizendo.
5 – Use a expressividade dos seus olhos
Em situações de trabalho, a maior parte das pessoas emprega o chamado “olhar profissional”, isto é, mantém os olhos paralelos aos do interlocutor, com a visão fixa na região da testa. Essa forma de observar o outro transmite seriedade e profissionalismo.
Para ganhar credibilidade, porém, é interessante intercalar esse estilo com o “olhar afetivo”, em que a sua visão se divide entre os olhos e a boca dele. Essa é uma forma mais amigável e menos impessoal de manter contato visual com alguém.
Outra técnica para desarmar o outro é sutilmente arregalar os olhos e erguer as sobrancelhas enquanto ele está falando. Isso vai transmitir imediatamente a mensagem de que você está enxergando a pessoa e se interessa por ela.
6 – Explore o poder dos “gestos de ensino”
Para ser convincente, é importante passar mensagens claras e confiáveis — como se você fosse um professor. Uma boa forma de atingir esse objetivo é incorporar os chamados “gestos de ensino”, isto é, mímicas e movimentos corporais que facilitam a visualização das ideias e prendem a atenção de quem está ouvindo.
Muito usado em sala de aula, esse recurso serve para emoldurar e complementar o que é dito verbalmente. Um dos gestos mais comuns é levantar a mão e contar números com os dedos, algo que conhecemos desde a infância.
É possível usar uma série de outras mímicas, desde que respeitem uma ordem lógica e representem visualmente uma ideia da forma mais simples possível. Não é interessante “inventar” muito: quanto mais o seu gesto refletir um lugar-comum, mais facilmente será ele será absorvido pelo interlocutor. Além de facilitar a comunicação, esses recursos gestuais ajudam a dar autoridade e credibilidade para o seu discurso.
7 – Elimine pausas com “hum” e “ééé”
Pessoas que fazem pausas audíveis, como “hum” ou “ééé”, têm menos credibilidade do que aquelas que conseguem falar de forma contínua.
Assim, é fundamental eliminar ou reduzir a produção desses sons com a ajuda da linguagem corporal. Tente usar frases mais curtas e preencher os silêncios entre elas com um sorriso ou um gesto. Também é importante cuidar da respiração, isto é, mantê-la o mais calma e natural possível. Isso garantirá um ritmo cadenciado e constante de fala, um ingrediente fundamental para a credibilidade do seu discurso.
8 – Pratique o espelhamento
Quando você imita algumas posturas corporais do seu interlocutor, inconscientemente ele vai começar a pensar que há algo agradável em você. É um mecanismo primitivo que funciona na maioria das negociações.
Não se trata de copiar exatamente os mesmos gestos da outra pessoa: o ideal é se inspirar neles e espelhá-los vagamente no estilo. O mais importante é acompanhar o ritmo dessas movimentações. Também vale criar “ecos” na conversa em si. Se a pessoa disse que se chama Ana e trabalha numa determinada universidade, por exemplo, repita ‘Ana, então você trabalha na universidade X?’. Quando você usa as mesmas palavras que o outro, amplia a sensação de espelhamento entre vocês.
9 – Evite fazer “não” com a cabeça enquanto escuta
Você está tentando convencer o seu colega de um projeto e ele está dizendo que não gosta da ideia? Enquanto ele expõe seus argumentos, procure não fazer um movimento de negação com a cabeça — ainda que não concorde com uma vírgula do que está sendo dito. Às vezes, o gesto de negação é automático, mas é mais estratégico apostar no oposto.
Faça leves movimentos de “sim” com a cabeça, para garantir ao outro que seus ouvidos estão abertos para ele. Isso irá desarmá-lo imediatamente, e evitará que a conversa ganhe contornos de disputa. Se você já começa a contestar o outro enquanto ele fala, ele vai se sentir desrespeitado e ameaçado. Dificilmente você vai conseguir convencê-lo do contrário quando for a sua vez de falar.
Dica Bônus
Atue dentro da lógica do mundo digital, com a transformação digital jurídica. Outra opção: entre para o nicho do direito que mais cresce e seja um Advogado de Startups.
Clique aqui para fazer parte do nosso canal do telegram (conteúdos mais completos e exclusivos).