Colega advogado(a) – e demais estudantes e profissionais do Direito -, este texto é sobre o Direito guiado por dados e foi criado para revelar a você as principais estratégias de avanço utilizadas por Marvel e Netflix a partir de uma Cultura guiada por dados.
Isso porque um Direito guiado por dados é uma estratégia preciosa para o crescimento do seu escritório e, claro, dos seus resultados na atual Era da Informação.
A Cultura data driven (guiada por dados) consiste basicamente em tomar decisões embasadas em dados.
No entanto, muitas organizações – dentre elas a grande maioria dos escritórios de advocacia – se baseiam em ações sem fundamentos e acabam perdendo grandes oportunidades.
Cultura data driven, ou cultura orientada por dados, existe quando um escritório organiza suas práticas e métricas com base em dados reais, ou seja, elas fogem assim de decisões embasadas em intuição, instinto, exemplos passados, achismos ou heurísticas.
No meu time valorizamos muito essa cultura e ela é fundamental para o sucesso dos meus negócios. Por isso, neste texto vou compartilhar minha experiência diária com estruturação de times guiados por dados nos mais diversos segmentos.
Entendendo a cultura data driven (guiada por dados)
AVISO: Talvez este será o texto mais nerd que você vai ser ler essa semana, mas é totalmente voltado para te ajudar a crescer e faturar mais no Direito.
Você, com certeza, sabe que a Marvel vem atingindo grande sucesso em sua narrativa de mais de 20 filmes, onde, que conta a história de super heróis dos seus quadrinhos.
Toda essa trama culminou no filme Vingadores: Guerra Infinita, que conta a história que foi sendo desenvolvida desde 2008, quando o filme Homem de Ferro (Iron Man) foi para o ar — primeiro filme da narrativa do universo Marvel.
A história de Vingadores: Guerra Infinita, reúne todos os heróis dos filmes já existentes da Marvel envolvidos no círculo da trama de Os Vingadores
Claramente esse é um storytelling (técnica de contar histórias) que vem sendo contado todo esse tempo e ainda vai continuar por bastante tempo.
Afinal, essas tramas são muito lucrativas. O filme anterior ao Guerra Infinita, que foi o Pantera Negra, é hoje o décimo primeiro filme de maior bilheteria da história mundial. Outros filmes da franquia que também estão nessa lista são: Os Vingadores (4º) e Os Vingadores: A Era de Ultron (7º).
Mas o que vingadores tem a ver com Direito Guiado por Dados?
Esse é um filme totalmente marcado por Fã Services, assim como Star Wars. Isto é, a análise de dados dos fãs traz diferenças significativas nos filmes.
Além disso, o final do filme Vingadores: Guerra Infinita surpreendeu muitos expectadores.
Porém, como não acredito em achismos eu sei muito bem que não existiu nada de coincidência nesse processo.
Segundo a Quartz que divulga a lista da ComScore, Vingadores: Guerra Infinita bateu todos os recordes mundiais, bem como, está em primeiro na lista dos 10 filmes com maior bilheteria em um final de semana, tendo faturado US$ 630mi.
Sobretudo, destaco que o primeiro filme da saga, Os Vingadores (2012) está em 10º lugar na lista citada acima, com faturamento de US$ 393 milhões.
O Direito Guiado por dados para os profissionais jurídicos é usufruir o máximo do potencial existente nos dados disponíveis, de forma a obter informações com base em dados reais sobre seus clientes atuais e potenciais, bem como, suas práticas cotidianas – e seus pontos de falhas e acertos -.
Então, vou trazer algumas dicas que aprendi ao implementar projetos e consultorias de cultura data driven (guiada por dados) para clientes reais (empresas, escritórios de advocacia e departamentos jurídicos).
Você já tem quase tudo que precisa em sua casa
Em suma, produtos como Google Analytics, Hubspot, ou CRMs são ferramentas que possibilitam obter grandes quantidades de dados. Deste modo, usados da maneira correta podem trazer ao seu escritório o primeiro passo para construir sua cultura data driven (guiada por dados).
Acredito que você já consiga extrair o máximo de informações possíveis do seu Google Analytics, certo?
Caso não, meu amigo(a) precisamos conversar, assim, envie uma mensagem para mim no direct do me meu perfil profissional no Instagram.
Nesse artigo, serei seu guia sobre o que fazer com seus dados, além de explicar como você poderá eliminar toda e qualquer decisão sem base em seu processo de tomada de decisão.
Ao estruturar um escritório aplicado em Direito Guiado por Dados você poderá saber
- O que o seu cliente realmente quer;
- Quando ele quer;
- Porque ele quer;
- Saber os seus reais hábitos de consumo;
- Qual valor você deverá cobrar;
Uma das vantagens do escritório data driven (guiado por dados) é prever demandas por meio de análise preditiva e prescritiva. Assim, você também poderá tomar decisões estratégicas sobre toda a sua cadeia logística com análises descritivas e diagnósticas.
Além disso, você poderá orientar seu time de atendimento ao cliente com a previsão das demandas e do churn (taxa de perda de clientes) para saber quais partes do seu serviço não entregam real valor, medir o seu CAC (custo de aquisição de clientes) de forma muito mais acertada com insights preditivos (antes dos clientes se manifestarem) sobre a satisfação e o sucesso de seus clientes.
O que a Amazon ensina para o Direito Guiado por Dados
Um exemplo significativo de organização que utiliza muito bem a sua cultura guiada por dados é a Amazon, ou seja, a empresa de Jeff Bezos a utiliza para:
1) Oferecer ao usuário uma experiência significativa por meio de algoritmos de recomendação, que são construídos a partir da análise comportamental dos clientes, visando oferecer os produtos que mais se encaixam no perfil dos clientes. Portanto, essa tática juntamente com o botão de compra em um clique (chamado de o botão de um bilhão de dólares), tornou muito difícil você sair do site sem comprar nada. Já pensou em usar essa estratégia para vender com recorrência contratos simples e automatizados?
2) Sobretudo, ao analisar os dados de sua cadeia logística a Amazon construiu uma patente em cima de um modelo preditivo que consegue antecipar as necessidades de mercadorias pelos seus depósitos, dessa forma ela consegue estar preparada para sempre atender seus clientes da forma mais rápida possível. Diminuindo os custos logísticos da empresa. Isso também é possível no Direito, mas apenas se você possuir uma cultura guiada por dados…
3) Afinal, a empresa também consegue ser muito mais competitiva com relação ao menor preço dos seus produtos. Ao analisar sua grande quantidade de informações é possível criar uma otimização das ofertas da empresa, entendendo quando e porque existirá uma menor concorrência em seu mercado. Colega advogado(a), não se esqueça: quem é mais rico não é quem ganha mais, mas quem tem uma maior margem de lucro.
O que o Direito Data Driven tem a ver com a Netflix e suas coisas estranhas
Primeiro, é possível que você saiba o que é Stranger Things, uma das séries da gigante Netflix.
Talvez o que você não sabe é que essa série foi escrita com base nos dados, afinal, caso você tenha assistido alguns filmes dos anos 90 como: Os Goonies, E.T. O extraterrestre, Poltergeist, I.T. A coisa e Alien, você perceberá diversas referências utilizadas na narrativas.
Para tanto, claramente a Netflix não é uma empresa de filmes e séries, mas sim, uma grande empresa de dados.
Afinal, desde os roteiros, personagens, trailers e até mesmo a imagem de cada série que aparece para você, são feitos baseado em análises de dados e algoritmos de recomendação.
Algumas pessoas, como eu, acreditam que os projetos das séries e filmes Netflix são escritos por um algoritmo de análise de dados e machine learning que escrevem um roteiro bruto com tudo que aquele determinado público quer assistir. De maneira, a possibilitar aos diretores serem muito mais criativos por meio de uma boa utilização do big data.
Além disso, aprendi na apresentação da Michelle Ufford, Gerente de Engenharia do Núcleo de Arquitetura da Plataforma de Dados do Netflix, que em outubro de 2016 a empresa tinha 86.7 milhões de membros, suportando mais de 1000 dispositivos de entradas (smartphones, tablets) e mais de 125 milhões de horas assistidas, todos os dias.
Contudo, atualmente ela conta com mais de 183mi de usuários.
Inclusive, você pode perceber claramente que os conteúdos produzidos são cada dias mais segmentados, isto é, as indicações de filmes ruins são cada dia menores e a experiência do usuário e usabilidade se aprimora mais a cada dia.
Fontes de dados da Netflix
O co-fundador da Netflix, Reed Hasting, costuma dizer que quando vai orientar alguém sobre o uso de dados é preciso usar o analytics direcionado para foco, análise e dinheiro.
Ao estudar sobre as utilizações das análises preditivas da empresa podemos concluir algumas de suas aplicações. Portanto, suas fontes de dados consistem em:
- Sua experiência ao assistir um conteúdo: você provavelmente volta alguma cena, avança um episódio para o final ou pausa a série em um determinado momento;
- O momento exato em que você assiste um conteúdo: saber a data e também a hora exata em que seus clientes utilizam seus serviços, então, possibilita a empresa saber muito mais sobre os usuários;
- O dispositivo em que você utiliza o Netflix também se faz de muita importância para entender os hábitos dos usuários;
- Sim, a empresa também usa aplicações de machine learning e análise de dados para sua UX (Experiência do Usuário). Conforme, o comportamento de navegação dos usuários junto com a rolagem os insights surgem;
- Talvez uma das variáveis mais importantes na Netflix seja a classificação que os usuários dão para os filmes. Em suma, a empresa em determinado momento descobriu que dois botões, um de like e outro de deslike trazem informações muito melhores que a classificação de 1 a 5;
Definindo uma organização jurídica baseada em dados
Uma organização jurídica (seu escritório!) orientada a dados é aquela em que os dados críticos de negócios conduzem de forma automática, as decisões e ações por você tomadas em âmbito profissional.
Desta maneira, como não deve ser feito:
1) Líderes/donos do escritório tomam uma decisão, em seguida, encontram dados para apoiá-lo;
2) Confiança na “sensação intestinal”, ou seja, achismos e heurísticas.
Então, como deveria ser:
1) Os dados informam não apenas que uma decisão precisa ser tomada, mas também informam com frequência qual decisão deve ser tomada;
2) Os gestores devem ser responsáveis por moderar a decisão com base no que os dados mostram;
3) Muitos gestores gastam muito tempo vasculhando relatórios volumosos. Isso não é “ouvir”. Isso é “pesquisar”;
4) Poucas — se houver — parte das pessoas “nas trincheiras” recebem acesso aos relatórios, já que esse é um potencial buraco negro para o tempo gasto.
Logo, se você puder identificar o que deseja que seus dados informem, é possível capacitar-los para falar com você, quando essas condições de negócios existirem.
É preciso valorizar o poder dos dados
Saiba principalmente que grandes organizações que estão fazendo a diferença no mundo já vivem embasadas na cultura guiada por dados, bem como, sua performance gigante está ligada a decisões guiadas por dados.
Enquanto a corrida espacial tinha a premissa de quem ia chegar primeiro a lua, hoje a corrida é pela busca de ferramentas com o objetivo de integrar todos os tipos de dados e automações criando modelos preditivos de aprendizado de máquina, que irão trazer ao gestor decisões mais rápidas e com mais chances de estarem corretas.
Após ter uma grande quantidade de dados relevantes para seu negócio, é necessário criar métricas e KPIs (indicadores-chave de desempenho), ou melhor, isso deixará bem claro a real performance trazida pelos dados.
Assim, muitas vezes o problemas dos negócios atuais é justamente que as métricas e KPIs são escolhidos com base no que eles acreditam, e vou repetir: não acredito em achismo e heurísticas.
O objetivo como um jurista que busca implementar a cultura guiada por dados deve ser:
- Em síntese, deixar claro para o seu time, através de exemplos claros, a importância dos dados;
- Buscar a cada dia turbinar mais a capacidade analítica do seu escritório;
- Utilize ferramentas de automação para ter uma fonte de bases de dados. Após isso organize os dados;
- Invista em tecnologias que trarão resultado para seu negócio.Tecnologia que não gera resultado não serve para nada;
- Foque suas contrações em profissionais que em sua essência já são data driven (guiados por dados), mesmo que eles não saibam.
Como saber se seu escritório já é guiado por dados?
- As decisões são tomadas com base em dados?
- Seu time sabe o que significa data driven?
- Você utiliza ferramentas que possibilitam sempre capturar novos dados e melhorar sua análise?
- Seus gestores justificam sua decisões com base em dados?
- Você está contratando profissionais data driven?
Como criar um time de dados eficiente no Direito
Então, a dica aqui é que é necessária a Democratização dos Dados para facilitar a Tomada de Decisão.
Sendo assim, levantamos como requisitos de uma Arquitetura Democrática de Dados:
Inteligibilidade: toda área deve ser capaz de ver e entender os dados que lhes interessam sem necessidade de consultoria especial do time de Dados a todo momento.
Integrabilidade: todas fontes de dados devem ser mutuamente integráveis, ou seja, as partes do negócio não devem se isolar, deixando de entregar valor para toda a organização.
Rastreabilidade: todos dados devem ser rastreáveis e acompanhados de ponta a ponta, de forma que, ao menos o time de dados, seja autoridade sobre as fontes, suas transformações e disponibilização final, sejam brutos ou em insights.
Escalabilidade: toda a arquitetura de dados deve ser construída de forma a suportar o crescimento exponencial da empresa, evitando gargalos e erros ao prover informação de valor para os decisores.
Confiança: toda a arquitetura de dados deve prover confiança total dos dados que disponibiliza. Isso implica em dados idealmente sem erros, sem atraso e sem perdas.
Direito Guiado por Dados
Até aqui você já viu a grande importância de se ter uma cultura guiada por dados para o sucesso de qualquer negócio na atual Era Digital. Mas, isso é só a ponta do Iceberg.
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