O Departamento de Justiça dos EUA prendeu seis ex-funcionários da gigante varejista online eBay, sob acusação de perseguição digital e ameaças. Segundo um informe do órgão de governo revelado na última segunda dia (15).
Assim, as acusações dizem que os presos engajaram contra um casal de editores de uma newsletter que trazia críticas variadas à cia.
Dentre as ações do grupo, a justiça destaca o envio de mensagens online com ameaças, bem como, a emissão de uma caixa com baratas vivas e até uma máscara de porco sangrenta.
Sobretudo, outros itens incluíam um coroa funerária de flores e um livro de autoajuda que ensinava “como superar a morte de um esposo/a”.
Em síntese, o promotor de justiça do estado de Massachusetts, disse que “eles não estavam apenas infelizes [com as críticas], eles estavam com raiva”. Onde ocorreu o caso, ao descrever como um dos acusados, em mensagem de texto, falava sobre como queria “esmagar” a esposa.
“O resultado disso foi uma campanha sistemática, alavancada pelos recursos de uma empresa listada na lista de 500 maiores da Fortune, para emocionalmente e psicologicamente aterrorizar este casal de meia-idade, com o objetivo de impedí-los de escreverem críticas negativas à eBay”.
Os Acusados
Os arguidos no processo, foram:
- James Baugh (ex-diretor sênior de Segurança e Confiabilidade);
- David Harville (ex-diretor de resiliência global);
- Stephanie Popp (ex-gerente sênior de inteligência global);
- Stephanie Stockwell (ex-gerente do centro global de inteligência);
- Veronica Zea (ex-analista terceirizada de inteligência);
- e Brian Gilbert (ex-gerente sênior de operações especiais para a equipe de segurança).
Todavia, todos os seis foram formalmente acusados de: conspiração por cometer perseguição cibernética e por influenciar testemunhas.
Pouco depois, as prisões foram feitas em Boston, MA, na zona suburbana de Nattick. Em que, os suspeitos deverão aparecer em face à um juiz em data ainda não definida.
Estopim
Em suma, as vítimas, cujos nomes estão em segredo, são de um casal que atua como editor-chefe e publisher de uma newsletter que cobre o mercado de e-commerce nos EUA.
Nesse ínterim, em agosto de 2019, uma edição do periódico incluía um artigo sobre um processo judicial no qual o eBay se envolveu. Após o conteúdo ir ao ar, dois executivos da cia ao que parece, enviaram mensagens de texto à outros da equipe, dizendo que: “era hora de derrubar o editor da newsletter”.
O Departamento de Justiça não mencionou qual seria esse processo, mas uma busca rápida pelo Google, diz se tratar de uma briga entre a eBay e a Amazon. No qual a primeira acusou a segunda de perseguir de forma ilegal seus funcionários, no intuito de “roubá-los” para si.
Conforme visto, em um processo movido pela eBay na corte da Califórnia, a cia afirmou que a Amazon guiou seus gestores a usarem o sistema de mensagens privadas do eBay para seduzir os membros da firma com ofertas de troca de cargo. O que, viola os preceitos legais do Ato de Organizações Corruptas e Formação de Quadrilha, ora chamado de “RICO”.
A eBay
Contudo, a eBay disse que todos os suspeitos haviam tido suas demissões feitas ao final de 2019. Assim, não mais trabalham com a cia.
Ainda, na mesma leva de retiradas, também sobrou para o CCO (Chief Communications Officer). Além, de uma busca interna que fora feita para indicar se o CEO da firma na época, Devin Wenig, se envolveu na situação.
A cia disse que não há qualquer prova acerca do tema. Segundo a eBay:
“A nossa busca interna descobriu que, embora as comunicações do Sr. Wenig tenham sido indevidas, não há qualquer evidência de que ele soubesse de antemão sobre ou tenha autorizado as ações que posteriormente foram direcionadas à blogueira e seu esposo.
Entretanto, conforme a cia já anunciou antes, tivemos uma série de considerações que levaram à sua partida”.
Logo, o próprio Wenig respondeu ao caso e enviou uma nota próprio ao The New York Times:
“Conforme já confirmada pela investigação minuciosa e independente conduzida pela empresa, eu não direcionei nem tampouco sabia de qualquer um dos atos dos que foram acusados em Boston.
Então, eu dediquei a minha carreira à defesa dos direitos de liberdade de imprensa. O que essas acusações alegam são algo totalmente sem consciência”.
Os advogados dos acusados não refutaram os pedidos da imprensa americana.
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Fonte: New York Times
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