Com as lojas físicas fechadas por conta da Covid-19, muitas pessoas recorreram às compras online, com isso, o e-commerce brasileiro registrou um crescimento de 47% no primeiro semestre, ou seja, sua maior alta em 20 anos.
De acordo, com dados da 42ª edição do Webshoppers, estudo sobre e-commerce do País, elaborado semestralmente pela Ebit|Nielsen, em parceria com a Elo. O crescimento do faturamento foi impulsionado pela alta de 39% no número de pedidos, para 90,8 milhões, em relação ao primeiro semestre de 2019.
Isto posto, as vendas aumentaram 47% para R$ 38,8 bilhões, no mesmo período. Assim, “A tendência de crescimento já vem ocorrendo nos últimos anos, porém, por conta da pandemia, tivemos um aumento de intensidade”, afirma Julia Avila, líder da Ebit|Nielsen.
A executiva explica, que a medição dos varejistas colaboradores é feita, através, da implementação de uma tag no carrinho de compras virtual, ou seja, “para as compras realizadas em lojas parceiras Ebit recebemos a transação de forma automática”.
Pedidos Geram Crescimento
Além, do número de pedidos e vendas, o valor médio desembolsado para as compras online (e-commerce) dos brasileiros também cresceu (6%). Passando de R$ 404, no primeiro semestre de 2019, para R$ 427 no mesmo período deste ano.
“O que mais impulsionou o crescimento nesse período foi o aumento de pedidos, em grande parte, das categorias online. Sendo que as mais importantes, como, por exemplo, eletrônicos e eletrodomésticos, já têm um ticket médio mais alto”, completa a líder.
A pesquisa ainda revela que os adeptos do e-commerce no Brasil cresceram 40%, chegando a 41 milhões no total, visto que a necessidade e o aumento na confiança sobre os pagamentos online levaram 7,3 milhões de brasileiros a comprar online pela primeira vez.
Dentre essas 41 milhões de pessoas que estão no e-commerce, 58% são heavy users, ou seja, aquelas com mais de quatro compras no semestre, dos quais 20% com mais de dez pedidos nesse período.
Os Heavy Users
Neste sentido, nos mesmos meses do ano passado, esses compradores representavam 53%, sendo que 17% com frequência acima de 10 vezes.
Segundo o levantamento, o pico de compras online aconteceu entre os dias 5 de abril e 28 de junho. O que apresenta uma relação direta com o auge do isolamento social na maioria das cidade brasileiras. Naquele momento, o faturamento e o número de pedidos apresentaram uma alta de 70% em comparação com o mesmo período de 2019.
Apesar do e-commerce ter apresentado uma alta significativa por conta da pandemia, um ponto que foi impactado negativamente foram os prazos de entrega, estes que ficaram maiores.
O estudo aponta que, no primeiro semestre de 2020, a média de prazo de entrega de compras online foi de 11,3 dias contra 10,6 dias nos mesmos meses de 2019.
Já a taxa de pedidos entregues no prazo foi 14% neste ano, 2% maior do que no ano passado.
Por mais que as regiões Sul e Sudeste do Brasil ainda representem os principais mercados para as vendas online no País, a pesquisa mostra que o Norte e o Nordeste tiveram um crescimento significativo neste período.
Assim, o Nordeste apresentou uma alta de 107% no faturamento em relação aos mesmos meses do ano passado, representando 18% dos números totais do País. Já a região Norte apresentou alta de 93% nas vendas online, 7% de participação no total de vendas Brasil.
Múltiplos Canais
Além das compras online, de forma geral, o estudo detalha de que forma essas vendas foram feitas.
De acordo com o 42º Webshoppers, os varejistas de marketplaces representam 78% do faturamento total do e-commerce brasileiro. Visto que R$ 30 bilhões do faturamento dos seis primeiros meses de 2020 são de lojas que aderiram aos marketplaces, uma expansão de 56% sobre o mesmo período de 2019.
Bricks and Clicks
O levantamento ainda mostra que as operações chamadas de bricks and clicks, ou seja, aquelas que atuam tanto na loja física quanto na online, tiveram um crescimento de 61% no faturamento no primeiro semestre deste ano, com participação de 73,1% no total de vendas online no País.
Nas operações deste tipo de loja, foram 57 milhões de pedidos, alta de 54% ante 2019, e ticket médio de R$ 495, alta de 4%.
Então, para Julia, este dado indica que, além de ser multicanal, as empresas precisam desenvolver uma estratégia de loja única.
“Se o consumidor foi a uma loja física e não encontrou o que precisava, como o vendedor pode estimular a concretização da compra pela internet? Ou se deseja comprar um produto online mas gostaria de conhecer antes, como o varejista pode estimular para que isso aconteça?”, exemplifica.
No entanto, não foram só os bricks and clicks e marketplaces que cresceram.
Em mesmo sentido, os chamados pure players, modelo de negócio exclusivamente online, apresentaram uma alta de 26% em vendas, com R$ 9 bilhões de faturamento. Foram 26 milhões de compras por esse meio, com desembolso médio de R$ 335, alta de 15% e 9%, respectivamente.
Entretanto, os chamados fabricantes.com, loja virtual do fabricante, registraram um recuo de 8%, com total de R$ 1,4bi. Apesar do número de pedidos ter aumentado 42%, ou 6 milhões no total.
O valor médio nas compras feitas desta forma também caiu para R$ 213, redução de 35% em relação ao mesmo período de 2019.
Aplicativos de Entrega
Dessa maneira, outro ponto relevante no estudo é a participação dos apps de entrega. Segundo, o 42º Webshoppers, 72% dos 2.140 consumidores, ouvidos, entre os dias 10 e 13 de julho deste ano, começaram a usar ou estão usando mais aplicativos de delivery durante a quarentena.
Entre as principais razões para a escolha estão, o fato de, não precisar sair de casa (77%) e as promoções (36%).
Além disso, a pesquisa aponta que apps de entrega de farmácias e supermercados foram os que apresentaram a maior contribuição para entrada de novos consumidores, 10% e 14%, respectivamente, visto que 12% dos consumidores de supermercados usaram o delivery duas vezes ou mais por mês.
O Avanço
Apesar da expansão, o levantamento indica que ainda há muito espaço para crescer. Pois, 63% dos entrevistados declararam que jamais usaram aplicativos de entrega para compras em supermercados, sendo o Norte, o Centro-Oeste e o Sul as regiões com maior oportunidade de desenvolvimento.
Todavia, para a líder da Ebit|Nielsen, o comportamento de compra online veio para ficar, porém, quanto à intensidade, ainda não é possível ser preciso.
“Com a reabertura das lojas, as pessoas voltaram a ter essa opção, dessa forma, a experiência online, que envolve todas as etapas da navegação: escolha do produto, opções de frete, facilidade de fechar o carrinho, recebimento do produto e pós-compra, é o que irá determinar essa escolha.
Afinal, durante esses últimos meses, para muitos setores, a compra online era a única opção”, observa.
A Premiação dos Favoritos em E-commerce
Nesta quinta-feira, 27, aconteceu a 17ª edição do prêmio Ebit|Nielsen, premiação que reconhece as operações de e-commerce que mais se destacaram no mercado ao longo do ano anterior, ou seja, em 2019.
Para tanto, nesta edição levaram o troféu as 10 lojas online favoritas por categoria, ainda, as 5 melhores lojas online diamante, além da melhor loja experiência mobile.
Vale destacar, as 5 melhores lojas online diamante, sendo elas:
- GS Suplementos;
- Panvel;
- Canção Nova;
- Rede Natura;
- Editora Juspodivm.
Na mesma sequência, a melhor loja experiência mobile foi para a Canção Nova.
Fonte: Meio & Mensagem
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